segunda-feira, 20 de abril de 2009

HISTÓRIA DOBAIRRO AMAPÁ

Amapá e Adjacências... no Bonde da História

Antigamente, não sabíamos exatamente onde estávamos e onde Amapá estava inserido. Se Caxias, ou Nova Iguaçú, que era ainda um grande Município antes da onda faccionada das emancipações do Munícípio que separou Japerí, Queimados, Mesquita e Belford-Roxo de suas comarcas depois da Constituição de 1988. Sabemos hoje que o bairro faz parte do remoto 4º Distrito de Duque de Caxias, que é Xerém. Mas os caminhos de Xerém era muito remoto antes do asfaltamento da Estrada Rio do Ouro. Mas ainda estávamos divididos entre os dois municípios, pos estamos bem à beira do Rio Iguaçú, bem na divisa do histórico município que antes era o grande produtor de laranjas.
Nas cartas e correspondências postais, na época que antes não existia e que hoje que chamamos de era dos "e-mail's", ainda remetíamos como Amapá-Nova Iguaçú e por vêzes Duque de Caxias. Estávamos mais perto das terras de Nova Iguaçú do que Duque de Caxias e a saída mais próxima como é até hoje é para Duque de Caxias, atravessando Lote XV,que é Distrito de Belford-Roxo, antes Distrito também de Nova Iguaçú. Afinal moramos em Duque de Caxias, embora "espremidos" por terras belforoxense, por estar próximo ao rio Iguaçú em suas divisas. Ao atravessar a ponte estaremos no Vale do Ipê, logo passando por Parque Amorim e alcançando Lote XV. Seguindo de condução direto pela lendária Presidente Kennedy, antravessar o Rio- Petrópolis do passado atravessando o Parque Muisa e Fluminense já em terras de Duque de Caxias.
Era muito difícil sair do Amapá e chegar em terras de Xerém devido a precariedade e o abandono da velha Estrada Rio do Ouro, que ficou por muito anos esquecidas depois da desativação da Estrada de ferro Rio do Ouro e sua separação doAmapá era gritante. Se passava por lugares muitos remotos, como Capivarí, Lamarão e levava-se muito tempo para alcançar Mantiquira. Caminho difícil, de muita poeira, buracos e lamas e perigos também, pois era estrada de desova de cadáveres e trechos de depredação de carros. Dava mêdo mesmo, embora a apisagem seje muito bonita com a visão que se tem da Mata Atlântica e as serras ao fundo com visão previlegiada do pico do Macuco em Tinguá e o Pico do Congonhas em Xerém.
Na década de 80, vindo para o Amapá no velho ônibus que naquela época era servida pela Viação Imperador, e o bairro era servido pelas frotas mais velhas e caindo os pedaços da linha, passava pelo Lote XV, que era a última região comercial e populosa da região e logo entrava na empoeirada e quase deserta Estrada Manoel de Sá onde se alcançava Parque Amorim e Vale do Ypê que era um vilarejo cercado de terreno baldios de velha propriedade das fazendas da família Strenbusch, cujo o Loteamento ao longo da década formounome das ruas de ao que parece de remanescentes desse clã familiar.
Ainda falando sobre os transportes antigos do Bairro Amapá, além da linha de ônibus que trafegava de Caxias para a localidade e que era desprezada por todos pelofato das carrocerias das frotas da velha Viação Imperador que servia a essa região estar sempre empoeiradas e suas latarias sujas de barro e lama em tempos de chuva, os horários de Caxias para cá era bastante alternados, o que sacrificava muito para quem querías ir para Caxias e quem quería vir de lá para cá em tempos de construção de habitações no loteamento. Do descampado do loteamento dava para se ver o ônibus lá no horizonte cruzando a linha do trem e atravessando a ponte do Rio Iguaçú, e quando ele aparecia era motivo de anuncio no bairro: " O ônibus tá subindo". Ou seja, estava indo para o ponto final onde meia ou quase uma hora depois ele ía para Caxias de volta. Nesse meio tempo, quem tinha compromisso em caxias ou ía até ao Lote XV para comprar alguma coisa como ir ao supermercado, l.ogo com a chegada ao ônibus ao ponto final, logo se arrumavam penteavam o cabelo, e se ajeitavam as pressas para "descer" como dizia, e a oportunidade para pegar o ônibus a qualquer hora praticamente não existia. Tinha que marcar as horas alternadas em que ele chegava no Amapá.
E o pior que ainda naquela época no início dos anos 80, o ultimo carro assim dizendo vindo de caxias para cá era até as nove horas da noite. E quem o perdesse corria o risco de dormir na rua, ou soltar na linha da mesma Viação no Vale do Ipê e ir à pé até ao Amapá altas horas da noite correndo o risco de passar pelo trecho dalinha do trem e a ponte do Amapá que era um vasadouro de gente morta traga pelos assassinos da época que aterrorizava a baixada bem como esta também. Houve até uma época em que um determinado grupo de extermínio fêz um "Listão" de elementos marcados para morrer e se dizia à bocas grandes e pequenas que o cerol ía começar a passar desde a Vieira Souto na Zona Sul até a estrada do Amapá. Era o terror da época e os bandidos de plantão morria de mêdo. Houve muitos elementos em fuga no Amapá, vindo de favelas e comunidades da cidade e que se infiltravam no bairro nas novas casas do loteamento, motivo que essa comunidade do Amapá foi muito discriminada no começo daquela década. Mas isso é assunto para outra série em que falaremos sobre alguns personagens do bairro entre os vivos e mortos também.
Mas a única linha de ônibus com seus horários restritos, o que dificultava a vida dos moradores local, já que o trem fora desativado vinte anos antes, pelo menos era melhor do que em épocas passadas em que a Estrada do Amapá não passava de uma trilha na capoeira da mata que dava aceso para o rio Iguaçú, e quem quizesse ir atravessar para o Vale do Ipê para alcançar o lote XV depois à pé ou de carona no cargueiro, para quem prefería se arriscar tinha que atravessar de canoapara o outro lado onde existia um pequeno porto improvisado à beira do rio em que um barqueiro cobrava uma pequena quantidade para as pesoas atravessarem o rio ou seguir direto para o Lote XV na canoa mesmo.
Quando começou o Loteameneto Novo , o que será tema capítulos de séries a seguir , o Amapá começou a sofrer uma mudança sociológica e criou-se um antagonismo entre a população nova que começou a habitar o local e o povo mais antigo.
E sobre isso, iiih!!, temos muito o que contar nos próximos capítulos.

Paulo Escriba

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A minha versão sobre a História do Amapá

Estou fazendo um parêntesis nesta série que eu estou fazendo sobre a História do Bairro Amapá e que eu tanto sonhei em fazer e principalmente lançar em série neste blog, para falar um pouco sobre este trabalho que para mim é muito importante e de grande expressão para mim. Serão uma de vinte capítulos e a última série será lançada na semana em que eu completo dois anos de minha inclusão digital e justamente no dia em que eu entrei na Lan do Marcelo e Cacau (que aliás fui funcionário deles por algum tempo) para entrar pela primeira vez na Internet.
Muita gente deve estar se perguntando sobre a veracidade dos fatos citados ao longo da série sobre a História do Amapá e sobre a minha particular versão.Em nota quero dizer que este trabalho é um resultado de alguns anos de curiosidades e pesquisas e que só agora me aventurei em pulblica-las e até agora estou atrás de fontes e pesquisas e que aos poucos vão sendo desvendadas ao longo do lançamento da série e que promete curiosidades cada vez maiores e surpreendentes.
Como morador há quase trinta anos no Bairro Amapá, curioso e autodidata como eu sou, não podería me eximir à responsabilidade de levar ao meu púplico e a todos aqueles que adimiram o meu trabalho uma história verdadeira e com um tão grande trabalho de apuração e até hesitação em alguns momentos de citar trechos sem ter a certeza de sua veracidade. Quero dizer que estou gostando muito do trabalho que eu estou fazendo e ainda continuo trabalhando nas investigações para levar o mais apurados dos trabalhos de investigação sobre a História do Amapá, colhendo e lembrando de faos, conversando com os veteranos do local, colhendo material fotográficos e em resumo fazendo um trabalho de intensa investigação, que para mim não é só um ensaio jornalistico, bem como é um trabalho das de mais importancia desde o lançamento deste Blog que veio a ser justamente o Porta Voz do Bairro Amapá.

Um Abraço a Todos


Paulo Escriba

segunda-feira, 13 de abril de 2009

História do Amapá- Parte III

"Quem bebe a água do Amapá, nunca mais sai desse lugar"
(...dito popular local, no Amapá)

Esse foi um dos motivos principais da política de Urbanização da Côrte do Rio de Janeiro no século XIX de Pedro II que queria fornecer para a cidade água potável, limpa e de boa qualidade. Não que ela viesse propriamente do Amapá, mas o caminho das águas para a Corte propriamente dito passava e ainda passa pelo Bairro como podemos ver o testemunho vivo dos canos centenários que vemos ao longo da Estrada Rio do Ouro e que segue pela Rua Guaporé, uma das principais e antigas ruas do bairro.
O motivo da Linha férrea que atravessa o bairro e que segue o longo desta famosa via e que hoje se tornou uma pequena rodovia estadual, a RJ-085, a lendária Estrada de Ferro Rio do Ouro, financiada por cofre ingleses, era trazer a infraestrutura para a instalação daqueles canos que vinha das fontes das águas de Xerém seguindo caminho de Mantiquira. Antigamente o pequeno lugarejo que conhecemos hoje como Xerém, eram as terras de um magnata inglês de nome George Chorem, daí a nomenclatura "Xerém" que deu nome ao bairro. E Xerém até hoje é um dos lugares privilegiados da Baixada Fluminense por estar próximo as serras e ao pouco que existe ainda da Mata Atlântica e que póde ser vista por boa parte da região da Baixada e do Amapá também que fica somente a menos de 20 km do local.
Às águas de suas cachoeiras e fontes ainda é fonte de recursos e captação da Compania das águas do Estado do Rio de Janeiro que faz trazer através de suas canalização as águas para a região Metropolitana do Grande Rio. Mas antigamente o caminho das águas seguia o caminho do trem Maria Fumaça e que é uma história muito curiosa na localidade. O trem saía de Xerém, passando pelo Mantiquira, atravessando a região do Lamarão e que ainda é remota e fazia sua parada no Km 43 onde hoje identificamos que é hoje o bairro Amapá. Em seguida, atravessando o Rio Iguaçu, há uma ruína antiga de abastecimento de água e outrora suprimento do trem e que ainda póde ser vista na localidade. Seguindo o curso da antiga linha, o trem fazia ainda sua parada na estação Babi já na região de Belford-Roxo e que hoje tem seu nome mudado para Recantus e fazia seu ponto final em Belford-Roxo onde se dividia o sub-ramal, Jaceruba e José Bulhões (hoje Vila de Cava). Ainda existe remanescentes da população local no Amapá que ainda alcançaram os tempos do trem pelo menos nos anos 40 para cá e que serão alvos de entrevistas e testemunhos para as próximas matérias dessa história.
Às águas trazidas pelo encanamento da adutora de Xerém e que passa pelo bairro, acredito eu, foi um dos motivos do sucesso da especulação imobiliária do Amapá que começou a se processar da metade da década de sessenta para cá, pois ao longo desse encanamento havia e ainda há muita ligações clandestinas da água que abastece boa parte da população do bairro. E mesmo depois da instalação oficial por parte do Governo Anthony Garotinho na primeira metade desse ano 2000, com a instalação da linha telefone, o asfaltamento da estrada principal do bairro que é a estrada do Amapá, a população ainda continua desfrutando desse abastecimento perene.
Mesmo assim quando das escavações dos buracos das sapatas de fundação de nossas casas no bairro no início da década de 80, logo sem aprofundar muito as escavações, o povo era surpreendidos com a quantidade de água no solo. O terreno local é bastante arenoso e úmido, o que explica a abundancia de água na localidade. Além disso, geograficamente estamos cercados pelo Rio Iguaçu e Capivari que desemboca no velho Iguaçu ao Sul do bairro. Os areais que por hora faz exploração no local deixam os buracos escavados das extrações de areia abundantes de água, o que torna atração e motivo de tragédia para muitos que procuram o local para lazer e banho diariamente.
E agora mesmo, com as escavações das primeiras sapatas do viaduto do trecho Arco Rodoviário que vai passar por cima da RJ-085, na Estrada Rio do Ouro, as primeiras pilastras que estão sendo escavadas , como eu mesmo testemunho, por trabalhar no Canteiro de Obras como vigia noturno, são de profundidade muito grande por causa do terreno arenoso e de grande abundancia de água.
O repórter do jornal carioca do século XIX, em sua crônica de sua viagem pelo trem do ramal Mantiqueira, publicado no Correio da Manhã descreve sua passagem pelo bairro, o que eu considero a primeira referência Impressa de nosso bairro que ao atravessar a ponte de ferro da linha férrea do rio Iguaçu, logo a seguir antes de aportar na estação 43, ele vê uma região pantanosa, cheia de várzeas e igarapés e que ainda podia se ver jacarés flutuando pela várzea na bacia local do rio Iguaçu. Mas também a região era foco de malária e febre amarela, o que era motivo de preocupação do Governo da época, pelo menos no que diz respeito à população da Corte.
Já nessa época, a nossa região, como as outras regiões da Baixada Fluminense já estava bastante abandonada, e seus rios já bastante assoreados; já passada à época da Colonização e do Ciclo da Cana de Açúcar. Suplantado pelo Ciclo do Ouro, a economia Imperial na época dera lugar à urbanização das cidades que procurava copiar à moda de vida à francesa e a inglesa, que eram os grandes credores e financiadores da nova moda de vida da população nacional. Nessa fase, na segunda metade do século XIX, o Brasil já começava a acompanhar a influencia da Revolução Industrial européia e procurava se urbanizar.
Barão de Mauá já lançava os primeiros paquetes e embarcações à vapor que já se tornara o coqueluche do transporte marítimo e a primeira ferrovia já havia sido inaugurada, tendo a primeira linha sido instalada de Mauá (Pacoaíba- em Magé) à Petrópolis.
Daí prá lá começou a expansão ferroviária com a extensão da Linha Férrea central do Brasil e que um de seus ramais levava à Belford-Roxo, onde havia a sub-divisão do Ramal Mantiquira onde passa pela nossa região. Já não era visto com bons olhos mais, devido a influência inglesa, a realidade brasileira no que tangia a escravidão e a política internacional fez com que Isabel, filha de Pedro II, na ausência de seu pai, forçada pelos magnatas ingleses e brasileiros fantoches e lacaios assinasse a Lei Áurea dando aos escravos a tão sonhada Libertação, pelo menos no papel, pois isso já vinha se arrastando por todos aqueles anos daquele século, por diversas Leis havia sido promulgada no intuito da libertação gradual dos negros: Lei do Ventre Livre, em que filhos de escravos já não podiam ser mais cativos, Lei Sexagenária, em que os mais de sessenta anos já conquistavam a alforria e finalmente a Abolição de 1888, o que não nos soa bem explicado como a Abolição da Escravatura. A História oficial nos omite, mas só Deus sabe o processo dessa política que só visava contingente para o Mercado Consumidor da época.
Foi sob esse Regime, e essa mudança urbana, que Pedro II fêz vir sob os trilhos do ramal Mantiquira, os cargueiros com os primeiros canos de água que sugaria ás águas da adutora de Mantiquira. E nesse rastro a população cresceu ao longo dessa via férrea e tantas outras e que viria formar a história da população, urbanização e crescimento de nossos bairros, inclusive o nosso Bairro Amapá.
Nos anos sessenta e metade da década de 80, duas grandes enchentes inundaram o Bairro. Fomos traídos pela chuvas e a abundancia de águas do Iguaçu e de seus diques em volta do grande afluente, e nessa época já estávamos morando na localidade. Mas isso é assunto para as próximas edições dessa história e também da fragmentação das fazendas e sítios da região em pequenos lotes o que deu início aos Loteamentos do bairro. A Reforma Agrária entre os anos 50 e 60 e que fez repartir as velhas terras da fazenda Colonial São Bento na Era Colonial logo deu lugar à uma expansão urbana quase que desordenada e que cresce a cada dia.
A construção do trecho do Arco Rodoviário que passará pela localidade, com sua logística, a demanda de mão de Obra local e geração de emprego e possibilidade de renda para a população local póde mudar perfil do local e uma grande movimento e mudança sociológica já começa a criar um perfil local trazendo influencias e ventos de mudanças.

Paulo Escriba

terça-feira, 7 de abril de 2009

História do Amapá - Parte I

Nesta Terra Tudo o que se planta, dá...
( Pero Vaz de Caminha )
Bairro Amapá- Via Satélite
Em 1500, quando Pedro Álvares Cabral, digamos assim, descobriu o Brasil, pois no decorrer do tempo já não podemos mais aceitar passivos a história oficial desta terra do sul das Américas Chamada Brasil ter sido por acaso descobertas pelos portugueses, temos que supor que a terra de Santa Cruz como era chamada antes o solo de nossa pátria, fora um trunfo dos lusitanos guardados na mangas, pois com a concorrência internacional dos países da Europa na Era Moderna que lançavam suas caravelas ao mar rumo à novos mercados e fontes de tesouros, Portugal teve que usar de estratégia para não perder a concorrência com seus produtos que não só era decorrentes de terras africanas, das Índias Oriental e de Macau na China.
A terra do pau-brasil, cujo o produto fez batizar o nome do país, era a bola da vez e seria a próxima a ser explorada para dar continuidade a política mercantilista de Portugal frente a outros países com a Inglaterra, a França, os reinos fragmentados da península itálica e os germanos.
Com isso tenho que me convencer de que Cabral fora apenas um fantoche português para revelar à História a terra que em algum momento já havia sido visitada antes. O Brasil não fora descoberto, mas simplesmente fora jogado debaixo do tapete depois da visita em algum tempo remoto dos portugueses e que a história nos nega. E agora era a hora de revelar a potencialidade e os segredos e riquezas que esta terra poderia oferecer ao mundo, mas administrado por Portugal.
Rapidamente o rei Dom Manuel mandou suas caravelas, comandadas por Cabral para tomar a posse da terra, o que chegou até nós através da História Oficial contato nas escolas na Disciplina de História do Brasil como "Descobrimento" é muito mais do que isso. Trouxe ainda a Igreja Católica de bagagem que veio marcar seu território espiritual na terra, o que nos é retratado pelo majestoso quadro de Vitor Meireles de Primeira Missa realizada no litoral da Baía.
Começa aí então a exploração de nosso litoral com a extração de nossas matas do famoso pau-brasil, uma árvore considerada nobre na Europa e que o sumo de seu tronco,vermelho servia de tingimento dos tecidos da nobreza européia. Mas antes mesmo do jargão que ficou na história ser inventado ("branca prá casar, mulata amasiar e negro prá trabalhar"), os lusitanos ainda quiseram fazer os verdadeiros donos e nativos desta terra de escravos e peças de jogo de seus interesses e isso era quase que impossível, pois os índios de nossa terra já eram verdadeiramente livres tendo o privilégio de ter uma terra abundante onde tinha de quase tudo, além da terra em si ser fértil para qualquer tipo de produção agricultável.
Montanha, águas de cachoeiras e mar, além da exuberância e as farturas da Mata Atlântica foram o que os portugueses encontraram por aqui e seus habitantes muito diferentes do os que os espanhóis encontraram nas terras do outro lado do tratado das Tordesilhas onde seus habitantes peruanos, os Incas e os Maias tinham uma vida mais dura devido as altitudes de suas terras, o frio intenso e as dificuldades dos quase intransponíveis das Cordilheiras do Andes.
Mas por aqui deste lado dessas terras tropicais há registros históricos, se não românticos, dos Índios Tupinambás sub-conglomerado da nação Tupy, estarem sempre caçando e navegando com suas canoas primitivas as margens do Rio Iguaçu. E essas tribos eram abundantes nestas partes das terras de Duque de Caxias, e quando houve o confronto dos portugueses com os franceses que também invadiram a terra anos depois afim de fundar a França Antártida sob o comando de Villegagnon, os franceses se embrearam litoral à dentro de nossa baixada, se infiltraram no meio de nossa gente primitiva afim de conquistar a amizade e a confiança deles contra os lusitanos. Talvez quem sabe compartilharam das Ocas e habitações dos índios e pescaram com eles ás margens de seus rios como o nosso histórico e jurássico Iguaçu que corta bem o nosso bairro Amapá.
Suas águas claras e límpidas e seu fundo caudaloso favorecia a pesca e a navegação e a nossa história ainda registra que em tempos mais tarde as embarcações saíam da Baía de Guanabara vindo da Corte para receber os tropeiros que vinha de Minas pela Serra de Tinguá, um dos Caminhos do Ouro da Província e carregar no Porto da Vila Iguassú, (Hoje Iguaçu Velho) os metais preciosos que vinham de Minas.
E por vezes a nobreza carioca convidado pelo então Coronel Bernardino de Melo vinham nas embarcações pelo rio para desembarcar naquele porto extinto e histórico de Iguassú para depois fazer baldeação numa carruagem que seguia pela hoje estrada federal (RJ-Zumbí dos Palmares) para levar os nobres daquela época para os sarais na fazenda São Bernardino, que hoje não passa de um solar abandonado e em ruínas com histórias de assombração e de escravos fantasmas que uiva no lugar fazendo ouvir suas correntes da senzala em ruína que ainda existe no lugar. E esse movimento local era tudo assistido pelos Tupinambás que margeavam o Rio em busca de água para suas agriculturas e também a pesca que era a atividade principal dos indígenas à beira do rio.
As margens do Rio Iguaçu, cuja grafia se lia Iguassú antigamente,com todo esse movimento da era colonial que com certeza as terras do bairro Amapá está na rota é testemunha de tudo isso. Hoje, quando cruzamos a estreita ponte construída nos anos 70, dentro do ônibus na única linha que leva ao centro do Município de Duque de Caxias e a outra que leva à Central do Brasil e que fora uma conquista recente da população local desde 2004, fico olhando para as águas poluídas do velho Iguaçu assoreado, eu começo a imaginar a paisagem e o movimento singratório das águas deste rio tanto pelo nativos com suas canoas e os conquistadores portugueses.
Este Bairro que é chamado oficialmente Parque Barão do Amapá, a que me dedico a contar sua história tenho muito que contar de sua Saga e que por hora ponho aqui a minha investigação histórica, à época dos anos 80 quando começou a especulação imobiliária na localidade até os dias atuais em que às veias sendo então abertas do trecho do Arco Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro que passará seu trecho na localidade e que começa a se especular o desenvolvimento da região com a passagem e as Obras desta rodovia fruto de um projeto ambicioso que passará pelo local.
É a hora e a vez do Bairro Amapá se desenvolver como nunca antes.

Paulo Escriba