sexta-feira, 31 de julho de 2009

"Carmem" - Novela de Paulo Roberto - da ópera de Bizet


Don José e Carmem na Ópera de Bizet na ária "Seguidilha"


1º Capítulo


Seu Orkut era um dos mais visitados tantos pelos que a conheciam como por desconhecidos que descobriam ou repassavam o endereço eletrônico dela. Suas fotos chamavam a atenção por sua beleza, seu charme e até a ousadia das poses que era fazia nas fotos de suas páginas e que faziam com que a rapaziada ficavam loucos por ela. havia até um álbum de fotos eletrônico criado por ela e que era público em seu Orkut em que ela estava semi-nua, como aquelas musas de revistas da Playboy e que deixava a rapaziada louca. Criaram até uma comunidade para ela onde trocavam enquetes e fórum eletrônicos em torno de seu nome e na verdade seu nome era muito falado tanto pelos apaixonados e pelos disputados e enciumados e que não conseguiam conquistá-la, pois apesar de ousada e parecer uma garota fácil e vulgar ela era muito difícil e não se deixava se prender a ninguém e muito menos pela armadilha dos caprichos do amor.

Seu nome é Carmem, uma garota em seus vinte e quatro anos deidade, uma morena faceira e que era uma das mulheres mais bonitas e charmosas daquele pacato bairro de Campos Elíseos de Duque de Caxias e que era muito conhecida pelo seu charme e sua ousadia pelas suas fotos no Orkut.

A praça principal do bairro estava cheia naquela noite,pois estava muito calor e parecia que estava todos na rua para aproveitar a brisa do frescor do vento da noite para compensar o calor de quase quarenta graus que fizera naquele dia. Havia ali alguns comércios tradicionais locais e que era muito conhecido e frequentado no bairro e a Lan House do Bebeto que era uma das mais freqüentadas da galera estava cheia. Ali era o Point das moças e rapaziada que faziam fila e colocavam na vez para acessar a Internet e dar uma olhada em seu Orkut e outros acessos da Web. Por causa de sua modernidade e sua tecnologia e pelo fato de ter a Velox no local o acesso era rápido e eficiente e ali era o ponto de encontro.

Um dos maiores comentários naquele dia no estabelecimento e que era motivo de acesso direto num Blog esportivo era a possibilidade da volta de Tony Camillo ao Brasil depois de muito tempo jogando em times de renome da Europa como o Real Madrid,o Inter de Milão e agora estava jogando naquele clube inglês. E já era sabido de todos, por conta do vazamento da Imprensa esportiva nacional de que o jogador estava negociando o seu passe para voltar ao Brasil. E os fissurados de plantão de futebol do momento faziam coros e votos de que o craque viesse jogar em seus respectivos clubes de coração. Para onde será que Camillo ia jogar quando retornasse ao Brasil? Para o Flamengo? Botafogo ? Vasco ou o Fluminense que são os quatro grandes dos times cariocas. Esses times disputavam grandezaa com aquele a quem chamavam de o mais querido, do maiores da Nação como apelidavam o Nacional Futebol Clube,que a essa altura do Campeonato da temporada estava perdendo muitos pontos estavam dando vexame nos jogos do Maracanã e estava prestes a acabar o Campeonato na segunda Divisão do Futebol nacional.

Lan House cheia, as sorveteria, a banca de churrasco e churros e muita gente na praça,na realidade naquele dia como tantos outros muitos estavam a espera do trem das sete e meia que chegaria da central depois demais um dia de "rusch" trazendo seus trabalhadores e já era notório de que ela viria nesse trem, pois sua amiga Francine havia atendido seu celular na Lan com a ligação de Carmem algumas horas atrás dando conta de que ela já estava embarcando no trem e que logo estaria no bairro.

A página de recado de Carmem e que Francine estava literalmente fuçando estava aberta enquanto ela atendia a ligação.

Comé que ta aí amiga?

Lá na Central, ela corria junto com a multidão depois do aviso do locutor:

" Trem para Saracuruna sairá da Plataforma - linha k. Embarque nos seis carros da frente"

E o locutor repetia o aviso com ênfase e que irritava Carmem que falava ao telefone:

- Sacanagem desses babacas, tava sentadinha num trem aqui, cansada prá dedéo quando o cara avisou aqui que não ia ser mais esse trem. Agora tá maior tulmuto aqui.

Ela corria com a multidão para uma outra plataforma para mudar de trem pois a composição que costumeiramente saía daquela plataforma parecia que apresentou um problema de avaria e um outro trem estava já prestes a entrar na plataforma 5 - linha k e que faria o trajeto para o ramal de Saracuruna.

" Trem parador para Japerí, plataforma"... o locutor continuava a dar o aviso da saída das composições que mais uma vez saía para os subúrbios da Baixada levando amassa trabalhadora para casa depois de mais um dia duro de trabalho. Nisso podia se ver no imponente arranha céu do relógio da Central que marcava 18:01 na cidade do Rio de Janeiro


*

Quando ele antigamente vivia aquela vida de sacrifício em que tinha que pegar o trem cheio na estação de campos Elíseos para ir para a sede do Clube para o time de base para os treinos, nos duros tempos de aspirante de grande jogador, tinha que enfrentar os vagões lotados, a mochila nas costas, a marmita na mochila correndo o risco de azedar até a hora do almoço. Vida dura era aquela e que não comparava ao que ele estava vivendo naquele momento e naqueles dias. Era o grande momento de sua vida e seu nome hoje é o dos mais projetados no mundo do futebol mundial e atuava hoje num clube de renome. Se estivesse no Brasil estaria muito assediado e por precaução por causa do frisson que causava tinha que andar até com segurança.

Mas ali na cidade Luz, onde os mais renomados nomes era ofuscados pela Cidade Luz, ele era mais um entre a multidão apesar de sua fama e não precisava andar com segurança. Aliás se sentia muito sozinho, apesar do dinheiro, da fama do renome e de seu nome ser um dos mais ovacionados nos estádios de futebol onde atuava principalmente no time europeu onde estava jogando no momento.

Diferente do trem da Leopoldina que pegava antigamente onde ia para o clube como aspirante e que nem seu nome nem era citado, desprezado pela diretoria local daqueles tempo, ele agora estava ali, onde acabara de desembarcar no nobre Bateu-mouche à beira do Rio Sena em paris e estava a caminho do Champ's Elisée onde tinha um encontro muito importante com uma das figuras mais importantes do mundo empresarial de eventos e hoje, diferente de outrora em que seu nome era desprezado, Camilo estava prestes a se encontrar com o não menos que o magnata empresário Mário Sebátian onde seria decidido o futuro de mais uma etapa de sua vida e de sua carreira também.

Estava frio em Paris e a temporada de inverno abatera em toda Europa. Camilo estava vestido com um sobretudo elegante muito bem paramentado para enfrentar o inverno rigoroso daquele velho continente. Andava sozinho pela calçada úmida daquela manhã que não estava nevando mas que estava bastante frio e ele sentia isso não só nos poros da pele de seu rosto que ainda podia se ver por trás de seus óculos escuros, pois sua cabeça estava coberta coma touca nobre de lã o que o aliviava um pouco dele ser reconhecido pela população, pois afinal de contas ele era o Tony Camilo, o grande artilheiro do grande Clube de Futebol regional e o que ele mais queria naquele dia era não ser molestado por alguém para pedir-lhe autógrafos. Sentia também não só na pele, mas também na alma o frio daquela terra e daquela gente que o valorizava pela alegria que ele poderia proporcionar em entretenimento. Estava com saudade do Brasil com seu calor tropical, do povo com seu jeito e alma quente do sol do Rio de Janeiro e do calor humano da Baixada fluminense onde ele fora criado. Sentia até a falta de Campos Elíseos, de Caxias, lugar onde ele fora criado onde era mais acolhedor do que o Champ's Elisée que apesar da nobreza de suas ruas e de seus cafés eram frios como aquela terra.

Queria estar num daqueles botequins do bairro onde o povão era achegado e onde podia sentar à mesa com seus amigos e como nos dias de domingos antes de ser o famoso jogador de futebol como era agora poder curtir as tardes de domingo os campeonatos na televisão nas mesas daquelas biroscas e discutir a atuação dos jogadores e os times.


*

O encontro marcado como empresário talvez seria o começo de uma grande jogada de sua vida e uma virada também em sua carreira, pois o que mais ele queria era sair da Europa e voltar para o Brasil. Ele já sabia que o assunto era isso, mas precisava acertar detalhes como o velho magnata.

Logo ele entrou num famoso Café ali das redondezas e como Mario Sebátian não era homem de não perder tempo, ele causou surpresa à Camillo logo que ele entrou no recinto e o viu na mesa tomando um aperitivo.

Camilo tirou os óculos e seus olhos castanhos cobiçados nas capas de revistas pela mulherada revelaram surpresa por ver aquele homem ali à sua espera. Se soubesse não ficaria fazendo hora por mito tempo por aquelas calçadas frias pensando na vida e teria chegado logo ao encontro.

Mario estava sozinho, e como homem de renome que também era provavelmente seus assessores estariam por perto, mas ele estava ali esperando Camilo sozinho para uma conversa mais amena e um pouco mais informal.

Camilo foi se aproximando da mesa daquele que poderia ser o salvador do tédio e do momento difícil em que ele estava passando. E quando o homem se levantou antes de cumprimentá-lo, Camilo quase teve vontade de rir, pois aquele homem baixo, mas gordo e de bigodes sobressalentes parecia engraçado para ele, mas que esse mesmo poderia tirar de um dilema de sua vida, porém nada engraçado.

Mario, com um breve sorriso no rosto de pé, antes de falar qualquer coisa, estendeu a mão para o rapaz.

- Eu pensei que ia chegar um pouco mais tarde. Estava fazendo hora por essas ruas até à hora de nosso encontro.

-Estou aqui à pelo menos à quase meia hora, mas não se preocupe, eu resolvi me antecipar.

Camilo estendeu às mão direita para Mario, e este quando apertou quase não estava acreditando que estava cumprimentando um dos maiores atletas do momento e que também poderia também ser o salvador dele também. A carreira e o renome de Tony Camilo poderia alavancar seus negócios e tudo poderia mudar de rumo e para melhor depois daquela conversa que teriam ali no Canto daquela mesa daquele Café Bar do Champ's Elisée em Paris.

Camilo olhou em volta curioso, sem reparar a torre Eiffel que podia se vislumbrar por uma vidraça e pequena naquele dia estava com névoa por causa do efeito do inverno daqueles dias.

-Não se preocupe. Dispensei meus assessores e todo o pessoal pois queria ter essa conversa mais informal contigo, apesar deste tratar de negócios.

Camilo olhou para Mario mais profundamente, e aquela figura que para ele parecia engraçada de repente mudou para ele num aspecto mais solene.

- Eu espero que sim... -Falou reticente quase sem palavras e esquecendo de citar o nome de seu anfitrião.

- Mario Sebátian, seu criado.

Camilo achou engraçado de novo. Antigamente os grandes empresários lá daquele clube do time de base onde ele começou a sua carreira, nem sequer olhava para ele e sonhava que um deles pelo menos olhasse para ele com interesse para a projeção de seu sonho de ser um jogador de futebol. Agora aquele sujeito ali, que é difícil até para os outros ter um a audiência com ele estar ali naquele café elegante à sua espera.

- Vamos sentar meu rapaz. Temos muito que conversar. Você sabe disso.

Estava defronte de um grande e influente empresário como tantos outros que ele deparou e foi abordado na ascensão de sua carreira, mas aquele encontro para ele com mais aquele importante mecenas era da maior importância para ele.

Mário falava baixo ao ouvido do mitrée do Café pedindo algo para beberem e Camilo não fez questão de gosto, mas estava atento e apreensivo para aquela conversa que era de mais importância para ele.

- Cheguei do Brasil Praticamente hoje de madrugada. -Começou Sebátian- Trago um assunto que eu sei que é de interesse teu e acredito que é da maioria dos torcedores do Nacional Futebol Clube, a maior nação de time distorcida acredito que talvez uma das maiores do mundo dentro do Brasil

Veio à lembrança de Camilo o seu time de coração e que ele desde pequeno ele levado por seu pai e depois de grande acompanhava os amigos para os grande clássicos no Maracanã. Quando aspirante sonhava em ser artilheiro "da maior nação" como apelidava a entidade esportiva. Agora era um grande artilheiro, posição que adquiriu tão logo foi levado para Europa tão logo foi descoberto por um olheiro e logo inserido no Clube de Futebol estava jogando agora. E ele era disputado por outro grandes times que queria vê-o em seu futebol. Mas ali estava Mário para tratar daquele assunto.

Como você sabe, - continuou Sebástian -Sou um empresário de eventos e minhas casas de espetáculos é uma das mais conhecidas no Brasil e grandes nomes passaram pelos meus salões e grandes eventos ainda continua acontecendo por conta desse prestígio e outros grandes nomes da música continua a brilhar nos meus palcos.

Claro que Camilo conhecia o grande e bonachão Mário Sebástian e em que os aspirantes da música nacional sonhava em tocar e cantar em suas casas de show nem que fosse cover de um dos grandes espetáculos e que sempre era matéria das colunas sociais e em que comparecia outras grandes celebridades do mundo artístico.

_ já disse um imperador romano, "pão e circo para o povo"- continuou com certa ponta de ironia - e a minha vida e minha atividades sempre gira em torno disso. E a maior Nação precisa de pão, meu caro, precisa muito mais do que está tendo. Em outras palavras, Camillo, eu quero te levar de volta para o Brasil.

- Eu quero negociar meu próprio passe e você sabe que eu tenho autonomia para isso -falou Camilo olhando para o homem firme. E eu acho que chegou à hora d'eu realizar um de meus maiores sonhos: jogar no Nacional Futebol Clube.

Quero voltar para minha terra. Lugar de brasileiro - olhou por um pouco na silueta da janela onde ao longo da avenida nublada e gelada lá fora estava para se ver o Arco do Triunfo ao longe quase vazio e sem turistas ausentes de seus máquinas de fotos- e lugar de brasileiro é no Brasil.

O mitrée chegou com a bandeja com a bebida que Sebástian sugeriu para os dois e pousou sobre a mesa um defronte para o outro.

Mário pegou logo o seu copo e ergueu a em direção para Camillo que quase que hesitante pegou o seu também e apesar de conhecer aquele homem não podia imaginar que ele era prático até em mínimos detalhes como aquele.

-Sendo assim - um brilho parecia irradiar naquele rosto emoldurado por aquele bigode que Camilo achava engraçado do empresário- antes do acertos finais, porque não brindar e comemorarmos em nome da torcida do Nacional ?

Os dois bebericaram ao mesmo tempo e Camillo ao sentir o néctar daquela bebida quase inebriante para aquele frio, parecia que um fogo se acendeu em seus poros.

- A torcida que nos espere Camilo e os adversários também. Pois o desempenho do Nacional não está nada bem e já está quase despencando para a Segunda divisão, o que é trágico para a Maior Nação: você não acha? Você será o salvador da pátria - riu das palavras que disse e Camillo sorriu com ele também.


*


Mas os pensamentos de Camilo se voltou para o seu maior objetivo antes de qualquer conversa e acertos com Mário Sebátian e que era o seu objetivo maior em querer voltar para o Brasil. Finalmente voltaria não só para os braços de sua torcida que se orgulhava de seu ilustre conterrâneo que na linguagem do povão estava "arrebentando na Europa", mas também esperava cair nos braços daquela que ele sempre amou mas que ela o desprezou como se despreza um time da segunda divisão.

Agora ele era o grande Tony Camilo, não o Toninho de Campos Elíseos que tinha que pegar o trem cheio da estação do bairro e ter que andar desde a central do Brasil à pé até a sede do clube de futebol onde fazia parta do time de base por falta de recursos e as vezes até por falta de dinheiro de passagem.

Era um dos maiores artilheiros da temporada e sua volta para o Brasil seria um frisson, inda mais para o time que tinha uma das maiores torcidas do cenários futebolístico nacional. E ele esperava mais do que isso: Não só deixar aquele frio continente que não era só no clima mas também angustiava sua alma por causa da solidão que sentia, apesar da fama, do dinheiro e do prestígio. Ele queria estar ao lado dela. queria causar frisson na alma dela que sempre foi ambiciosa, impetuosa que queria muito e muito mais e ele podia agora dar o que ela quisesse, pois era famoso, prestigiado e podia colocar o mundo aos seus pés. Era tudo o que ele queria ao negociar seu passe com Mário Sebástian par voltar a Jogar no Brasil.


Quando saiu do encontro com Sebástian, Camillo continuou sua caminhada solitária pelas calçadas

frias do Champ’s e o trânsito se encontrava tulmutuado apesar do fio e havia muitos trausentes na rua que era das maiores e famosas da capital do mundo. Ele tratou de colocar seus óculo escuros de novo e chapéu de camurça de veludo que usara antes não queria ser reconhecido pela população. Afinal quem não reconheceria o grande Tony Camillo, o maior artilheiro brasileiro ?

Resolveu se aproximar do maior dos cartões postais daquela região se não de toda a Paris de da Torre Eiffel que dominava ao longe: Era uma das últimas vezes que se colocava debaixo do grande Arco do Triunfo. Ainda havia ali as inscrições esculpidas das tropas do velho Imperador romano em sua memorável conquistas da Gália que era aquela região da França. Talvez seria uma de suas últimas aparições naquele lugar antes de voltar ao Brasil e depois de sua conversa com Mário Sebástian, esperava que sua volta fosse logo e queria muito atuar dentro do Maracanã, agora como jogador famoso que era e em seu grande time,o Nacional Futebol Clube.

Por um momento tirara do bolso uma foto, algo que ele copiara de sua página particular do e-mail e que era ainda a razão de seus pensamentos em seus dias solitários no exterior, apesar do assédio de todos, da Imprensa, dos paparazzi e tudo o mais. Nada mais movia a sua atitude naquele dia naquele encontro com Sebástian do que sua louca vontade de voltar às terras de suas origens e poder finalmente conquistar ela...

*

Andando as pressas com o celular ao ouvido quase sendo espremida na multidão Carmem imprensava sua bolsa no corpo para não ser roubada e o celular no ouvido.

- Caraca vai demorar muito prá chegar até aqui! Menina você precisa chegar logo. Você tá cheia de recado no seu Orkut.

- Pode esquecer, eu nem sei a que horas vou chegar aí. E se não tiver lugar prá sentar vou esperar outro. Não vou em pé nem morta. Trabalhei o dia inteiro naquela banca fiquei em pelo dia inteiro e hoje o dia foi doideira.

- Mas o que foi que aconteceu?

- Os rapas perturbaram o dia inteiro e a guarda municipal

Agnes Baltsa e José Carreras

em ària "seguidilha" de Carmen

tá reprimindo direto a venda do pessoal. E pelo jeito vai


piorar pois amanhã vai entrar uma tropa nova comandada pelo sargento Zúninga, aquele zumba.

- Caramba menina, tá fogo então hein? O que eles querem afinal de contas? Que o povo vai roubar então?

A cadeira de Francine parecia que tinha uma platéia pois a rapaziada de plantão olhava curiosa a página de recados e outros ítens do Orkut de Carmem. Logo se aproximou do teclado da jovem uma outra menina que é amiga de ambas e que acabara de entrar na Lan.

- Poxa tá tudo cheio hoje e a minha vez de usar o PC só daqui a meia hora. Tá falando com quem ?

- Carmem. Tá lá na Central ainda.

- Caraca... Peraí, deixa eu ver meus recados

E saiu teclando na frente da amiga mesmo sem pedir licença. esbarrou num sujeitinho e percebeu então a aglomeração em volta da cadeira de francine só de curiosos para ver a página de Orkut de carmem e curiosos para que Francine abrisse sua página de fotos ousada que era famosa no bairro.

- Dão licença, por favor. Perderam alguma coisa aqui por acaso ?

E Lucinha abriu a sua página enquanto a amiga Francine continuava a tricotar com Carmem que a essa altura estava aglomerada com a multidão na beira da plataforma 5 aguardando a parada do trem que já apontava no início da plataforma. E a tensão era grande do povo aglomerado que disputavam lugar em frente das portas para entrarem mais rápidos que uns aos outros afim de para pegar lugar para sentar. Afinal, dependendo do trajeto da viagem se não houvesse demorada parada nos sinais seria quase duas horas de viagem até a estação de Saracuruna.

- Sabe qual é,amiga ? To ficando cansada dessa vida sabe? Tá difícil de arrumar emnprêgo decente e tenho que me contentar com esse bico que o zumbi do Naldão me arrumou. Quando os pela-sacos dos guardas não implicam dá prá arrebentar um troco legal, mas quando começam acharcar como no dia de hoje aí é foda...

- tá precisando... aliás,-continuou Francine- tamos precisando arrumar uns otários com dinheiro prá gente encostar e a gente arrumar a nossa vida, né amiga?

- sabe que não é má idéia. Mas você me conhece. Não gosto que ninguém fica pegando no meu pé. aaiiiii!!!!

- Que foi amiga? - pergunta Francine assustada.

- Aconteceu alguma coisa?

- Pisaram no meu pé aqui. Tá um tulmuto do caralho aqui. O trem tá encostando.

Lucinha tomou o fone da mão de Francine enquanto sua página de Orkut estava carregando.

- Cuidado aí amiga. Segura bem a bolsa.

- Fala prá ela prá segurar bem o celular. -acrescentou Francine -Já é o terceiro este ano que ela perde.

- Depois eu falo mais. -Carmem, do outro lado a linha.

Guardou o telefone na bolsa e quando o trem encostou na plataforma e abriram as portas, o tulmuto costumeiro foi tão grande que Carmem praticamente foi empurrada prá dentro da composição. Quase não deu nem tempo dos passageiros a que chegavam á estação desembarcarem. E em poucos segundos todos os vagões da composição estavam na lotados.

Francine desligou o celular e sua amiga sentou no seu colo.

- Não tem nada de novo. Ninguém deixou recado. -Falou Lucinha fazendo beicinho olhando para a telado computador que iluminava seus rostinho delicado -Meus recados praticamente é tudo antigo. Ninguém liga mais prá mim. E sabe de uma coisa? Vou deletar todo mundo que não tá teclando comigo. Fico que nem uma palhaça. Venho todo ia prá Lan doidinha e acho tudo a mesma coisa. quer saber? Vou fazer isso agora. Vou deletar todos esses meus amigos... da onça.

-Tá doida, menina!? Vai demorar e vai acabar meu tempo. Espera a sua vez.

Francine tomou o teclado da mão de Lucinha que continuava a sentada em seu colo.

Lucinha lha de um lado para o outro, e a Lan estava bem cheia a ponto dom ar condicionado não dar conta de refrigerar o ambiente devido a aglomeração de pessoas que estavam ali. Deu tchauzinho para um e para outro, mas a sua irritação era visível. Vira-se para o balcão do servidor onde o jovem Bebeto estava com sua jovem esposa no servidor.

- Oi Cacau (Claudia era o nome da mulher dele) Beto, vai demorar muito ainda?

- Vinte minutos ainda.- E se levantou para olhar o ambiente geral - Aviso ao navegantes de plantão: Tá muito tulmuto aí. Muita gente no salão. è melhor esperar a vez lá fora. Nada de ficar olhando pro Orkut um do outro. E os jogadores, mais silêncio por favor.

- Enquanto as nossas páginas de recados está necatibiriba, vou abrir a página da Carmem e você vai ver só quando recado mandaram para ela depois daquela foto picante que ela botou no álbum dela.

- Menina, eu ouvi falar. è doida ela! deixa eu ver.

Não era só ela que queriam ver, logo em volta da cadeira delas se ajuntou mais gente ainda para ver a novidade e até os que estavam navegando se levantaram para se aproximar da tela e copiar o link de Carmem para acessar de suas mesas também.

O dono da Lan house resignou pois viu que a rapaziada não atendia seu aviso.

- Não adianta não, bem. Deixa prá lá. Enquanto essa piranha(Carmem) fica se aparecendo em seu Orkut para esses otários a gente vai faturando.

As 18:20 o trem do ramal de Saracuruna deixava a gari da central do Brasil em direção ao trajeto da zona Leopoldina levando suas centenas de passageiros e Carmem estava no terceiro vagão espremida entre seus suas centenas de passageiros e mais uma vez em sua rotina de volta para casa depois de um dia duro de trabalho.

*

O Posch vermelho de Camillo atravessava o Champ' Elisée depois dele tê-lo tirado do estacionamento do Boulevard e para ele seria uma das últimas vezes que atravessava avenida gelada daquela velha cidade parisiense e tão logo esperava chegar ao Brasil. Deixara a visão do Arco do triunfo para trás e à frente via o símbolo maior da cidade de paris que é a Torre Eiffel que é o orgulho e o totem dos franceses.

As roletas de desembarque da estação de campos Elíseos em Duque de Caxias giravam freneticamente a cada vez que as pessoas saíam da estação depois da parada do trem e já era mais de oito horas da noite quando o trem chegou e os que estavam de plantão nas praças e nos botecos e até mesmo na porta da Lan House de Bebeto quase já estavam cansados desesperar pela chegada de Carmem que chegaria por volta daquelas horas conforme ouviram a amiga falar com ela no telefone celular.

- Cadê a Carmem?

Era a pergunta geral.

Até trecho de pagode cantavam para ela em algumas turmas.

" Não deixe que a gente te ame demais a a ais ... cadê você?

Lucinha e Francine quase derrubaram Bebeto que também estava na porta da Lan house à titulo de curiosidade, e elas estavam saindo do estabelecimento.

- Valeu Beto! Já é !

_Dá licença por favor ! - Essa esbarrou em Bebeto que não pode disfarçar para a mulher que chegou por trás dele e ficou observando que ele também estava olhando para a estação asssi9m que o trem chegou.

-Posso saber o que é que você está fazendo aqui fóra ?-perguntou Cláudia enciumada.

- Nada não mor tava pegando uma fresquinha. Tá.muito calor lá dentro.

- Eu sei muito bem a fresquinha que você quer pegar

-Ih, pega leve Cacau.

-Pára de kaô e vamos logo para dentro. Vamos logo fechar o caixa que a Lan tá ficando vazia e to louca para ir prá casa tomar uma banho e ficar fresquinha prá você.

E foi levando Bebeto para dentro beijando na boca dele que não resistiu e foi entrando na loja à dentro.

Quando seus dedinhos cheios de anéis que ela colecionava das compras de suas parceiras de camelô tocou a ferragem da roleta de saída da estação,ela já não pôde imediatamente rodar para sair. Por um momento ficou desimpedida de rodá-la pois um outro rapaz morador ali do bairro e que estava no meso trem e no mesmo vagão que ela a comprimiu a ponto de os dois passarem pelo mesmo vão.

carmem olhou para ele incisiva e pensou que era provocação dele. Como muitos que a provocavam e tentavam se aproximar dela sutilmente ela pensou que esta seria mais um atrevido. Mas o rapaz parecia envergonhado.

- Desculpe!... Foi sem querer.

Voltou atrás para dar passagem a Carmem.

- Póde passar! Foi sem querer. foi sem intenção mesmo.

Ela duvidou por um pouco que fosse assim pois era muito assediada e se aquele "engraçadinho" se atrevesse tanto ela ia fazer ele passar vergonha tal como o vendedor de doces do trem. Mas ele gentilemente deu a passagem a ela e quando ela tocou seus pezinhos com suas sandálias para fóra da roleta, olhares se levantarem para ver a sua chegada. parecia uma entrada triunfal sua chegada na estação de campos Elíseos e ela sabia que estava sendo observada. No fundo ela gostava e curtia tudo aquilo. Olhou em volta e viu a turma; rosto que ela conhecia de longe e outros que via pelas ruas.

- Olha ela lá. - gritou Francine.

- Vamo lá. - emendou Lucinha que começavam a atravessar a praça para irem ao encontro da amiga.

O rapaz que ia se prendendo na roleta com Carmem passou por ela e despretensiosamente falou mais uma vez:

- Desculpa tá. espero que não me leve a mão. Não foi intenção mesmo.

Ela já o viu algumas vezes e era indiferente com a maioria,mas seu gesto de alguma maneira lhe chamou atenção, pois todos de alguma maneira se aproximava dela com alguma "maldade", com intenção mesmo. Ainda deu tempo dela mirar no olhar dele e olhar bem o seu rosto também moreno e de olhos castanhos e seu rosto ruborizado e um pouco assustado. Na verdade ele não estava acostumado a fazer aquilo e podería até lhe trazer problema. Ele a bem que conhecia e sabia a fama dela no bairro. mas não quería papo, pois era noivo e qualquer aproximação com qualquer outra mulher principalmente aquela do bairro que estava sempre na língua do povo podería lhe trazer complicações,pois sua noiva Micaela era muito ciumenta.

Parou um pouco à frente e fêz uma ligação de seu celular.

Ela ficou de pé também quase ao lado dele e pegou um doce para comer. Viu as amigas se aproximarem e parar ainda entre os bancos da praça para falar com algumas turmas que certamente estava falando da vida dela.

- Oi amor ! Já cheguei. Logo/logo to aí. Tô morto de cansado. E a condução demorou muito. -Ele falava ao celular- Eh, parece que o outro trem estava avariado e tivemos que mudar de composição. mas to legal econseguí vir sentado.

Carmem observava e via a maneira que ele falava carinhoso com a outra pessoa o outro lado da linha e certamente-pensou ela - ele deveria esta falando com a namorada dele.

- Já/ já estou aí. Tá bom. Também te amo. To louco prá te ver.

Ninguém nunca falou tão meigamente assim com carmem e de uma maneira tão educada. E não sabia porque, estava curiosa.

- Olha só, vou passar na Lan do Beto, tá ? se quiser vir para cá...

- Não, eu vou te esperar aqui na minha casa. Vou te esperar para jantar. Minha mãe já vai chegar da Igreja e to preparando a mesa para nós três tá bom assim? -falou Micaela do outro lado.

Seu sorriso se iluminou quando ela falou isso e o coração de carmem também.

"Que rosto!Que sorriso!

- Você é demais ! Nunca mais eu vou me separar de você. To louco que chegue o dia logo do nosso casamento.

Só aí então que Carmem reparou a aliança no dedo dele. estava noivo com certeza.

-Ai,meu Deus"! Acho que perdi meu celular. Moço,você pode me ajudar aqui?

Carmem estava meio atrapalhada em procurar o suposto celular perdido na bolsa, e fazia colo com a perninha para apoiar a bolsa. Nisso ficou mais nítido a sua coxa emoldurada por suas belas pernas e ele se viu um pouco atrapalhado ao lado dela e desligou o celular. Ficou frente a frente com ela e o perfume forte de seu cabelo invadia as narinas dele.

- Desculpe... estou atrapalhada.

- Não tem nada não. Não to com pressa. era noiva espera.

Ela olhou incisiva.

- Acho que te conheço. Você não é filho da dona Cremilda?

- Sim,ela conhece sua mãe a dona Beatriz.

- Ah é isso mesmo. Você é.. é o...

- José. Meu é José Carlos!

Era tudo o que ela quería. sSaber quem era aquelafigura que ela vía muitas vezes na rua mas não se lembrava e não tinha intimidade.

José estava agora impaciente.

- Preciso ir agora!

- Ah... veja só... pensei que tinha perdido o celular. mas está aqui, bem no fundo da bolsa. desculpa te interromper tá ? Meu nome é Carmem.

Mal sabia explicar a si mesma o porquê estava fazendo aquilo. Quería a todo custo ficar um pouco mais com aquele rapaz, que parecia indiferente ao jogo de sedução dela enquanto que os demais que a esperavam de longe queríam tanto que ela ao desembarcar daquele trem fosse correndo saltar no braço deles... dos engraçadinhos de plantão.

Lá do fundo da bolsa ela tirou algo e deu a José antes que ele afastasse.

- Quer um ? - era um dos batons de chocolates que ela pegou do vendedor.

Ele para não ser grosseiro pegou da mão dela e ao passar de mão um para o outro parecia que o tempo parou. Os dois se entreolharam e os olhos de Carmem brilhava para José. Ele ficou no entanto inebriado pelo perfume dela seu olhar, mas tinha que ir embora de qualquer maneira.

- Obrigado. Agora tenho que ir.

Ela sabia que ele ia para a Lan house.

José foi se afastando e parecia que ele não se impressionara com aquilo e reparou quando o pessoal da praça e em entorno olhava para ele como ele fosse o privilegiado em estar frente a frente com aquela musa. Deu mole para ele - Pensavam todos.

O olhar de Carmem seguiu o rapaz que entrou dentro da Lan House.

As meninas se aproximaram de Carmem.

- Demorou prá caramba! - falou Francine logo que se aproximou da amiga.

- Nóis tava doidas prá você chegar prá te contar as novidades. Mas tinha que ser na Lan do Bebeto.

- É lá que está as novidades e em seu Orkut.

Carmem deu uma risada e falou:

Bem que preferia ir para casa e tomar um bom banho para tirar esse cheiro de inhaca e demorar debaixo da ducha, mas mudei de idéia. E prá lá que nós vamos. Prá Lan do Bebeto. To cansada, esgotada, esse trem demorou demais e to fula da vida pelo Naldinho ter me colocado nessa furada. Mas nada que não dê um jeito nisso. Segura aqui você.

Carmem fez com que uma das amigas segurasse sua bolsa e tirou os apetrechos de maquiagem. Tirou uma escova e passou nos cabelos que revoavam ao vento fazendo despontar mais ainda seu charme à medida que ele balançava a cabeça sob o pescocinho delgado para se pentear. à outra amiga, ela fez com que segurasse um pequeno espelho enquanto retocava a maquiagem e passasse de novo o batom vermelho que emoldurou sua boca carnuda.

Alguns olhares olhavam para aquele espetáculo "ao céu aberto" e todas as atenções estavam voltados para ela. Logo em seguida começavam a caminhar, Carmem na frente, suas amigas atrás com a bolsa dela e ao atravessar a rua e a praça alguns grupos seguiam as meninas em direção a porta da Lan do Bebeto.

De um dos bares daquelas redondezas alguém colocou na máquina de musica uma música de Funk que parecia um tributo,uma homenagem a Carmem que arrebatava olhares e corações naquele momento.

" de de sainha...

Eu vou pro baile... eu vou pro baile...

Eu vou pro baile procurar o meu negão..."

Carmem deu um sorriso em direçãoo de onde vinha a musica onde estava um grupo de rapazes e que se atreviam a olhar incisivamente para ela e jogar piada para ela. Olhavam para suas coxas que pareciam por debaixo de sua sainha curta à medida que ela caminhava. Por um momento ela parou num dos bancos para falar com um grupo desconhecidos e colocou sua perna num dos bancos ousadamente fazendo aparecer mais ainda o charme de suas pernas sob aquela saia e alguns até fingiam abaixar para apanhar alguma coisa que não era só para ver o fim daquelas pernas que entravam sainha à dentro, tentando ver a cor de sua calcinha.

Ela sabia que estava causando sensação e se divertia com aquilo. Mas o que mais ela quería era entra dentro da Lan House que aos poucos enchia de novo e a moçada estavam voltando aos poucos só para ver Carmem.

*


Tony também era motivo de frisson e assédio por onde quer que ele passasse, embora ali em Paris ele fosse quase um anônimo no meio da Cidade Luz onde podería ver celebridades a qualquer momento, tudo o que ele quería era fugir do assédio naquele momento,principalmente da Imprensa. Já alcançara seu objetivo naquele dia. Já falara com Sebástian, já estava quase que resolvido seu futuro e logo ele estaria com seu passe negociado e de volta ao Brasil para não só jogar em seu time de coração mas também para disputar o coração de Carmem.

Por um momento parou no sinal do trânsito da agitada Paris apesar do clima frio e ficou contemplando a Torre Eiffel de longe. Deu tempo ainda dele tirar do guarda-luvas onde ele havia colocado antes uma foto que ele imprimira de Carmem e que ele copiara da página de Orkut dela. Acotovelado à janela do Posch que estava com o vidro baixo, o ar gélido de Paris quase que enevoado soprava em seu rosto disfarçado pelos óculos escuros e o chapéu de camurça que ele estava usando para disfarçar a sua identidade.

E foi naquele momento de distração, pensando naquela que a desprezou no passado, ele não percebeu quando um outro carro conseguiu driblar a fila de veículo do farol fechado naquele local. E lá de dentro, baixaram o vidro. Estavam focados sobre ele. Logo miraram uma máquina na direção dele e aí que Camillo percebeu apavorado. Eram eles que falavam num francês frenético:

- É ele ! Acho que agora o pegamos. Agora ou nunca !

- Não vamos perde-lo de vista ! - falou o outro que estavam com uma máquina de fotografia em punho.

Camillo ficou apavorado:

- Droga! São eles de novo. Os malditos paparazzi! Essas merdas não me deixam em paz !?

Eram os repórteres de plantão dos tablóides da Imprensa local sempre prontos a flagrar os passos das celebridades e apesar de sua estratégia para o encontro com Mário Sebástian naquele Café no Champ’s Elisée naquele dia e para não ser reconhecido, agora ele não tinha como escapar. Sua sorte era que o sinal abriu logo e os veículos começaram a avançar naquela movimentada avenida.

Tony deu uma arrancada com o Posch abaixando o vidro em seguida, mas a refração da luz do sol daquela tarde fazia emoldurar seu rosto por trás da vidraça e com isso, um dos câmeras man abaixou o vidro traseiro de quatro portas e começou a filmar o carro em movimento do jogador e logo a segui-lo logo que o Posch tomou mais velocidade. Para camillo já era hora de seguir a longa rota até ao norte do país e chegar logo a fronteira onde pegaria a rota do Eurotúnel para atravessar para Inglaterra.

Tinha que fugir deles à qualquer custo; não agüentava mais aquele assédio constante.

*

Tony Camillo estava ao longo de uma estrada remota já longe de Paris, e parecia ( ele olhou pelo retrovisor ), que o carro dos paparazzi parecia tê-lo perder de vista. E ele pôde parar num acostamento para respirar um pouco e descansar.

- Pô,até que enfim que esses caras saíram do meu pé !

Afinal já estava dirigindo por algumas horas e depois de algumas fugas dele com o potente e a leveza do seu Posch, Camillo parecia ter escapado dele.

Saiu do carro por um pouco e se encolheu no sobretudo que estava vestido sob o impacto do inverno daquele continente. Estava livre finalmente- pensava.

Pegou o telefone inquieto e digitou um número conhecido olhando de um lado para o outro da estrada com Medo de ser reconhecido. Se tivesse dispensado os seguranças naquele dia, talvez não estaria passando por aquele sufoco e poderiam mais facilmente driblar a Imprensa.

*

Do outro lado da linha, na Suíte de um luxo Hotel ainda em Paris, a telefonista passou a ligação para um rosto gordo e bonachão que tão logo atendeu:

- É você? alguma coisa?

Mário Sebástian estava muito satisfeito com o contato de Camillo de novo, e era um dos primeiros dos muitos que teria com o jogador que seria sua grande jogada empresarial.

- Você está aonde?

- Estou quase na fronteira. prestes a atravessar o Canal da mancha prá Inglaterra. Estava sendo seguido.

O rosto de Sebástian ruborizou e afastou o charuto da boca onde ia dar mais uma tragada:

- Como assim ?

- Acho que vou precisar de ajuda. Os paparazzi daquele conhecido tablóide de notícias estavam me seguindo mas conseguí me safar em direção à fronteira. Mas temo que eles e outros me descubram e atrapalhem o meu caminho.

- Já contato o Clube e os seus seguranças na Grã-Bretanha?

- Não iria adiantar ! Estaria ainda longe demais para virem ao em seu socorro! Estou mais perto de você do que deles. Concorda?

- Plenamente. - disse Sebátian num bom francês a que estava acostumado.- Mas precisamos tomar providências para te tirar dessa enrascada.

- Como assim, precisamos ?

- Ora,meu caro, afinal de contas vamos nos tornar sócios ou não, conforme conversamos no Champ's hoje ?

- Com certeza ! - Camillo hesitou um pouco, sob o impacto do susto daqueles momentos. - Mas o que pretende fazer ?

- Precisamos tomar providências ! Você está em que ponto da Rodovia?

- A pelo menos à uns quarenta minutos da fronteira.

- Continue seguindo a rota. Logo nos encontraremos. E é só. Não podemos perder mais tempo.

E desligou o telefone deixando Camillo desembaraçado do outro lado da linha. Por um momento ficou sem entender. Mas sabia que de fama, Sebástian era um homem prático e que ele tinha muitos contatos na França e de alguma forma algo ia acontecer para ele sair daquela enrascada, que aliás parecia que não ia acabar, pois lá de longe ele pôde vislumbrar o carro dos repórteres que teimavam em alcançá-lo.

Tony entrou rapidamente no Posch e deu imediatamente a partida fazendo deslizar os pneus de tração no momento em que deu partida.

- Ele pensou que ia se ver livre de nós! Mas vamos alcançá-lo !- Falou um deles!

- Vamos ligar prá Londres e acionar um dos correspondentes de lá. Ele não pode fugir das câmeras do outro lado do Canal.

-Mas vamos segui-lo assim mesmo!

E recomeçar perseguição a camillo que estava cada vez mais disposto a fugir deles e o carro desta vez parecia tomar mais velocidade. Tinha que ser rápido.

E rápida no gatilho, era também Carmem em matéria de armas de sedução. As meninas sorrateiramente conseguiram se aproximar por detrás de José e ver para Carmem o endereço eletrônico dele. Ela mais que rapidamente teclou rapidamente olhando sorrateiramente pela mesa para ele do lugar onde ele estava.

José, por outro lado, continuava trocando juras de amor com sua amada simultâneo as pastas de e-mail's que ele estava ocupado em ver.

"Eu sou do meu amado... diz:"

Vem logo ! Vem e assopra no meu jardim ! De noite busquei o meu amado e não o encontrei.

José bem sabia que aquele trecho romântico que Micaela estava teclando para ele ali era de cantares de Salomão,o que ele sabia que ela gostava muito. E ele tratou de responder com o mesmo teor daquele trecho lírico que ele também bem conhecia:

Beije-me com o beijo de sua boca diz:

"Eu sou do meu amado... diz:"

Pare com isso e vem logo para cá, to louca para te dar um abraço. A medida que vai se aproximando o dia do nosso casamento, eu quase não consigo mais ficar longe de você.

Louco de paixão e desejo de estar perto de Micaela e entediado de estar naquele lugar barulhento ele fechou a pasta de e-mail pessoal e resolveu que depois abriria na Internet em casa mesmo.

Beije-me com o beijo de sua boca diz:

" Já estou indo meu amor. Beijos. Tchau. te amo. As muitas águas não pode destruir o nosso amor.

Ainda viu quando Micaela desconectou mas seu MSN ainda estava aberto. Estava certificando que de fechara seu e-mail e quando voltou seu olhar para tela... se deparou com uma coisa que o deixou curioso. Apareceu um frame com um pedido de adicionamento com este teor:

Pedido de adicionamento:

Deseja adicionar "Não acordeis o meu amor até que ele queira ?" na sua lista de amigos?

José ficou olhando atento curioso com aquele perfil tirado das páginas líricas de cantares e por um momento ficou pensando quem seria. O fato que aquele versículo bíblico associado a uma pessoa que ele nem imaginava quem era, e que era tema das intimidades virtuais com Micaela o chamou bastante atenção. Apertou os lábios atentos e ficou olhando um pouco indeciso, pensando se aceitava ou não aquele convite virtual.

Ela viu os lábios dele se apertarem e seus lábios carnudos emoldurados pelo batom que ela passara momentos antes dela entrar triunfalmente dentro da Lan house se umedeceu e ela passou a língua em volta, por um momento desejando ser tocada por aqueles lábios. O que estava acontecendo com ela ? Carmem ficou olhando para José Carlos do outro lado da mesa. Quería a atenção dele.

Ao contrário de camillo que não quería nada com a imprensa,ele continuava sua fuga frenética pela estrada que já estava quase se aproximando da alfândega que dá passagem para o canal da mancha onde em algumas horas estaria sã e salvo daqueles paparazzi no solo inglês.

E para piorra sua situação, deu para ele perceber que um helicóptero surgiu em cima da rota daquela estrada e parecia que estava seguindo os demais carros naquela estrada além dos paparazzi e de Camillo. E ele não teve dúvidas.

- Bando de canalhas. devem ter acionado os correspondentes da Agencia de Notícias e querem a minha cabeça de qualquer maneira.

O carro de Camillo já estava quase ultrapassando os 150 km por hora e ele já estava se desesperando com aquela situação dramática. Mas ele acelerou e o helicóptero parecia voar mais baixo em direção dos carros em perseguição. Mas a entrada do Túnel estava perto.

Perto também estava José de cair numa armadilha de Carmem. Ela continuava atenta olhando para ele e as meninas atentas junto com ela só para ver o que ia acontecer.

Antes de fechar seu MSN, José resolveu arriscar e matar sua curiosidade. E começou a teclar.

Do outro lado, carmem sorriu olhando para a tela e para ele simultaneamente que até aí não sabia que era ela e vibrou junto com as meninas exclamando discretamente:

- Ele me adicionou!

O frame da página de "Não acordeis o meu amor até que ele queira" se abriu, mas ele não pode ver muita coisa do perfil da misteriosa Internauta e no lugar onde estava reservada a foto, só tinha uma figura de uma rosa vermelha que substituía a possível imagem da pessoa que para ele naquele momento era misteriosa. Aliás muito bonita e que deu um certo ar de mistério e que ele não podia imaginar o porquê daquele mistério. Ficou esperando sem saber o que ia fazer e pensando naquilo.


Carmem não pensou duas vezes. Era agora ou nunca. ia brincar com aquele rapaz. Com um sorriso matreiro nos lábios, olhando para a tela ela começou a teclar as primeiras palavras.

Camillo não tinha mais que pensar, quando se aproximou do Eurotúnel apesar das regras do limite de velocidade ele avançou e o carro dos paparazzi atrás dele. Os caras também aumentaram a velocidade foram dispostos a chegarem mais perto o possível do carro de camillo apesar do Posch ser mais potente.

O Helicóptero seguia de cima e o piloto, apedido do contratado" resolveu dar um rasante quase na estrada quase em cima dos dois. Camillo estava assustado com aquilo e já estava perdendo o controle da situação.

A boca do Eurotúnel estava se aproximando e quando os paparazzi observaram que o Posch do jogador começou a balançar na pista, perdendo a velocidade.

- Meu Deus! Olha aquilo !

Diminuíram a velocidade para não impactar com o carro de Camillo que estava desgovernado.

- Vai acontecer uma desgraça !

*

José ficou em dúvidas se teclasse para aquele perfil misterioso que estava ali na sua frente. Mas logo o frame apareceu:

"Não acordeis o meu amor até que ele queira diz:"

- Oi !

Curioso, José teclou, o que apareceu na tela de Carmem:

Não acordeis o meu amor até que ele queira diz:

Eu sou a rosa de Sarom. O lírio dos vales. De noite saí as ruas para te buscar e encontrei com os guardas da noite, e eles me maltrataram. Vem o meu amado, já preparei um leito para nós dois.

Derrepente José perdeu a pressa de ir embora para ir ver e jantar com Micaela.

Seria o fim da carreira e a reputação de um homem integro e fiel a Deus a sua noiva e que estava até de casamento marcado?

*

Do pássaro mecânico que sobrevoava observando aquela cena, lá estava ele. Ele que tomou aquela atitude para salvar Tony daquela enrascada; Tony que pensou que era outra equipe de repórteres paparazzi.

- Meu Deus! O pior não póde acontecer! - Mário Sebástian olhava para aquela cena quase que desesperado e o que ele mais temia não podia acontecer. Perder seu jogador. Sua mina de ouro que podería fazer prosperar seus negócios,principalmente depois dele começar a negociar o passe dele.

Camillo quería frear para entrar no túnel com a marcha reduzida,mas não conseguiu o Posch deslizou na pista começando uma serie de capotagem e que foi parar lá dentro do túnel.

O carro que vinha um pouco mais atrás dos paparazzi e os outros que reduziram a velocidade para escapar de um possível engavetamento ainda puderam sentir o impacto da explosão do carro de Tony que foi parar desgovernado dentro do túnel e com as rodas para cima em chamas.

Do helicóptero, Sebástian viu o clarão da explosão das chamas do carros que varou túnel a dentro desgovernado.

- É o fim de uma carreira prodigiosa de um grande craque brasileiro !


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Os Capítulos da ìntegra continua no Blog de novelas: "A Arte Imita a Vida"

http://paulorobertonovelas.blogspot.com/

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Abraço a todos