terça-feira, 7 de abril de 2009

História do Amapá - Parte I

Nesta Terra Tudo o que se planta, dá...
( Pero Vaz de Caminha )
Bairro Amapá- Via Satélite
Em 1500, quando Pedro Álvares Cabral, digamos assim, descobriu o Brasil, pois no decorrer do tempo já não podemos mais aceitar passivos a história oficial desta terra do sul das Américas Chamada Brasil ter sido por acaso descobertas pelos portugueses, temos que supor que a terra de Santa Cruz como era chamada antes o solo de nossa pátria, fora um trunfo dos lusitanos guardados na mangas, pois com a concorrência internacional dos países da Europa na Era Moderna que lançavam suas caravelas ao mar rumo à novos mercados e fontes de tesouros, Portugal teve que usar de estratégia para não perder a concorrência com seus produtos que não só era decorrentes de terras africanas, das Índias Oriental e de Macau na China.
A terra do pau-brasil, cujo o produto fez batizar o nome do país, era a bola da vez e seria a próxima a ser explorada para dar continuidade a política mercantilista de Portugal frente a outros países com a Inglaterra, a França, os reinos fragmentados da península itálica e os germanos.
Com isso tenho que me convencer de que Cabral fora apenas um fantoche português para revelar à História a terra que em algum momento já havia sido visitada antes. O Brasil não fora descoberto, mas simplesmente fora jogado debaixo do tapete depois da visita em algum tempo remoto dos portugueses e que a história nos nega. E agora era a hora de revelar a potencialidade e os segredos e riquezas que esta terra poderia oferecer ao mundo, mas administrado por Portugal.
Rapidamente o rei Dom Manuel mandou suas caravelas, comandadas por Cabral para tomar a posse da terra, o que chegou até nós através da História Oficial contato nas escolas na Disciplina de História do Brasil como "Descobrimento" é muito mais do que isso. Trouxe ainda a Igreja Católica de bagagem que veio marcar seu território espiritual na terra, o que nos é retratado pelo majestoso quadro de Vitor Meireles de Primeira Missa realizada no litoral da Baía.
Começa aí então a exploração de nosso litoral com a extração de nossas matas do famoso pau-brasil, uma árvore considerada nobre na Europa e que o sumo de seu tronco,vermelho servia de tingimento dos tecidos da nobreza européia. Mas antes mesmo do jargão que ficou na história ser inventado ("branca prá casar, mulata amasiar e negro prá trabalhar"), os lusitanos ainda quiseram fazer os verdadeiros donos e nativos desta terra de escravos e peças de jogo de seus interesses e isso era quase que impossível, pois os índios de nossa terra já eram verdadeiramente livres tendo o privilégio de ter uma terra abundante onde tinha de quase tudo, além da terra em si ser fértil para qualquer tipo de produção agricultável.
Montanha, águas de cachoeiras e mar, além da exuberância e as farturas da Mata Atlântica foram o que os portugueses encontraram por aqui e seus habitantes muito diferentes do os que os espanhóis encontraram nas terras do outro lado do tratado das Tordesilhas onde seus habitantes peruanos, os Incas e os Maias tinham uma vida mais dura devido as altitudes de suas terras, o frio intenso e as dificuldades dos quase intransponíveis das Cordilheiras do Andes.
Mas por aqui deste lado dessas terras tropicais há registros históricos, se não românticos, dos Índios Tupinambás sub-conglomerado da nação Tupy, estarem sempre caçando e navegando com suas canoas primitivas as margens do Rio Iguaçu. E essas tribos eram abundantes nestas partes das terras de Duque de Caxias, e quando houve o confronto dos portugueses com os franceses que também invadiram a terra anos depois afim de fundar a França Antártida sob o comando de Villegagnon, os franceses se embrearam litoral à dentro de nossa baixada, se infiltraram no meio de nossa gente primitiva afim de conquistar a amizade e a confiança deles contra os lusitanos. Talvez quem sabe compartilharam das Ocas e habitações dos índios e pescaram com eles ás margens de seus rios como o nosso histórico e jurássico Iguaçu que corta bem o nosso bairro Amapá.
Suas águas claras e límpidas e seu fundo caudaloso favorecia a pesca e a navegação e a nossa história ainda registra que em tempos mais tarde as embarcações saíam da Baía de Guanabara vindo da Corte para receber os tropeiros que vinha de Minas pela Serra de Tinguá, um dos Caminhos do Ouro da Província e carregar no Porto da Vila Iguassú, (Hoje Iguaçu Velho) os metais preciosos que vinham de Minas.
E por vezes a nobreza carioca convidado pelo então Coronel Bernardino de Melo vinham nas embarcações pelo rio para desembarcar naquele porto extinto e histórico de Iguassú para depois fazer baldeação numa carruagem que seguia pela hoje estrada federal (RJ-Zumbí dos Palmares) para levar os nobres daquela época para os sarais na fazenda São Bernardino, que hoje não passa de um solar abandonado e em ruínas com histórias de assombração e de escravos fantasmas que uiva no lugar fazendo ouvir suas correntes da senzala em ruína que ainda existe no lugar. E esse movimento local era tudo assistido pelos Tupinambás que margeavam o Rio em busca de água para suas agriculturas e também a pesca que era a atividade principal dos indígenas à beira do rio.
As margens do Rio Iguaçu, cuja grafia se lia Iguassú antigamente,com todo esse movimento da era colonial que com certeza as terras do bairro Amapá está na rota é testemunha de tudo isso. Hoje, quando cruzamos a estreita ponte construída nos anos 70, dentro do ônibus na única linha que leva ao centro do Município de Duque de Caxias e a outra que leva à Central do Brasil e que fora uma conquista recente da população local desde 2004, fico olhando para as águas poluídas do velho Iguaçu assoreado, eu começo a imaginar a paisagem e o movimento singratório das águas deste rio tanto pelo nativos com suas canoas e os conquistadores portugueses.
Este Bairro que é chamado oficialmente Parque Barão do Amapá, a que me dedico a contar sua história tenho muito que contar de sua Saga e que por hora ponho aqui a minha investigação histórica, à época dos anos 80 quando começou a especulação imobiliária na localidade até os dias atuais em que às veias sendo então abertas do trecho do Arco Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro que passará seu trecho na localidade e que começa a se especular o desenvolvimento da região com a passagem e as Obras desta rodovia fruto de um projeto ambicioso que passará pelo local.
É a hora e a vez do Bairro Amapá se desenvolver como nunca antes.

Paulo Escriba


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