terça-feira, 30 de novembro de 2010

História do bairro Amapá - Parte II



"Quem bebe a água do Amapá, nunca mais sai desse
lugar"

(...dito popular local, no Amapá)

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Esse foi um dos motivos principais da política de Urbanização da
Côrte do Rio de Janeiro no século XIX de Pedro II que queria fornecer para
a cidade água potável, limpa e de boa qualidade. Não que ela viesse
propriamente do Amapá, mas o caminho das águas para a Corte
propriamente dito passava e ainda passa pelo Bairro como podemos ver o
testemunho vivo das tubulaçõess centenárias que vemos ao longo da Estrada
Rio do Ouro e que segue pela Rua Guaporé, uma das principais e antigas
ruas do bairro.



O motivo da Linha férrea que atravessa o bairro e que segue o longo
desta famosa via e que hoje se tornou uma pequena rodovia estadual, a RJ-
085, a lendária Estrada de Ferro Rio do Ouro, financiada por cofre ingleses,
era trazer a infraestrutura para a instalação daqueles canos que vinha das
fontes das águas de Xerém seguindo caminho de Mantiquira. Antigamente o
pequeno lugarejo que conhecemos hoje como Xerém, eram as terras de um
magnata inglês de nome George Chorem, daí a nomenclatura "Xerém" que
deu nome ao bairro. E Xerém até hoje é um dos lugares privilegiados da
Baixada Fluminense,dentro do Município de Duque de Caxias por estar
próximo as serras e ao pouco que existe ainda da Mata Atlântica e que póde
ser vista por boa parte da região da Baixada e do Amapá também que fica
somente a menos de 20 km do local.



Às águas de suas cachoeiras e fontes ainda é fonte de recursos e
captação da Compania das águas do Estado do Rio de Janeiro que faz trazer
através de suas canalização as águas para a região Metropolitana do
Grande Rio. Mas antigamente o caminho das águas seguia o caminho do
trem Maria Fumaça e que é uma história muito curiosa na localidade. O
trem saía de Xerém, passando pelo Mantiquira, atravessando a região do
Lamarão e que ainda é remota e fazia sua parada no Km 43 onde hoje
identificamos que é hoje o bairro Amapá. Em seguida, atravessando o Rio
Iguaçu, há uma ruína antiga de abastecimento de água e outrora
suprimento do trem e que ainda póde ser vista na localidade. Seguindo o
curso da antiga linha, o trem fazia ainda sua parada na estação Babi já na
região de Belford-Roxo e que hoje tem seu nome mudado para Recantus e
fazia seu ponto final em Belford-Roxo onde se dividia o sub-ramal,
Jaceruba e José Bulhões (hoje Vila de Cava). Ainda existe remanescentes da
população local no Amapá que ainda alcançaram os tempos do trem pelo
menos nos anos 40 para cá e que serão alvos de entrevistas e testemunhos
para as próximas matérias dessa história.


Às águas trazidas pelo encanamento da adutora de Xerém e que passa
pelo bairro, acredito eu, foi um dos motivos do sucesso da especulação
imobiliária do Amapá que começou a se processar da metade da década de
sessenta para cá, pois ao longo desse encanamento havia e ainda há muita
ligações clandestinas da água que abastece boa parte da população do
bairro. E mesmo depois da instalação oficial por parte do Governo Anthony
Garotinho na primeira metade desse ano 2000, com a instalação da linha
telefone, o asfaltamento da estrada principal do bairro que é a estrada do
Amapá, a população ainda continua desfrutando desse abastecimento
perene.

Mesmo assim quando das escavações dos buracos das sapatas de
fundação de nossas casas no bairro no início da década de 80, logo sem
aprofundar muito as escavações, o povo era surpreendidos com a
quantidade de água no solo. O terreno local é bastante arenoso e úmido, o
que explica a abundancia de água na localidade. Além disso,
geograficamente estamos cercados pelo Rio Iguaçu e Capivari que
desemboca no velho Iguaçu ao Sul do bairro. Os areais que por hora faz
exploração no local deixam os buracos escavados das extrações de areia
abundantes de água, o que torna atração e motivo de tragédia para muitos
que procuram o local para lazer e banho diariamente.
E agora mesmo, com as escavações das primeiras sapatas do viaduto
do trecho Arco Rodoviário que vai passar por cima da RJ-085, na Estrada
Rio do Ouro, as primeiras pilastras que estão sendo escavadas , como eu
mesmo testemunho, por trabalhar no Canteiro de Obras como vigia noturno,
são de profundidade muito grande por causa do terreno arenoso e de grande
abundancia de água.


O repórter do jornal carioca do século XIX, em sua crônica de sua
viagem pelo trem do ramal Mantiqueira, publicado no Correio da Manhã
descreve sua passagem pelo bairro, o que eu considero a primeira referência
Impressa de nosso bairro que ao atravessar a ponte de ferro da linha férrea
do rio Iguaçu, logo a seguir antes de aportar na estação 43, ele vê uma
região pantanosa, cheia de várzeas e igarapés e que ainda podia se ver
jacarés flutuando pela várzea na bacia local do rio Iguaçu. Mas também a
região era foco de malária e febre amarela, o que era motivo de
preocupação do Governo da época, pelo menos no que diz respeito à
população da Corte.



Já nessa época, a nossa região, como as outras regiões da Baixada
Fluminense já estava bastante abandonada, e seus rios já bastante
assoreados; já passada à época da Colonização e do Ciclo da Cana de
Açúcar. Suplantado pelo Ciclo do Ouro, a economia Imperial na época dera
lugar à urbanização das cidades que procurava copiar à moda de vida à
francesa e a inglesa, que eram os grandes credores e financiadores da nova
moda de vida da população nacional. Nessa fase, na segunda metade do
século XIX, o Brasil já começava a acompanhar a influencia da Revolução
Industrial européia e procurava se urbanizar.
Barão de Mauá já lançava os primeiros paquetes e embarcações à vapor que
já se tornara o coqueluche do transporte marítimo e a primeira ferrovia já
havia sido inaugurada, tendo a primeira linha sido instalada de Mauá (Guia
de Pacoaíba- em Magé) à Petrópolis.

Daí prá lá começou a expansão ferroviária com a extensão da Linha
Férrea Central do Brasil e que um de seus ramais levava à Belford-Roxo,
onde havia a sub-divisão do Ramal Mantiquira onde passa pela nossa
região. Já não era visto com bons olhos mais, devido a influência inglesa, a
realidade brasileira no que tangia a escravidão e a política internacional fez
com que Isabel, filha de Pedro II, na ausência de seu pai, forçada pelos
magnatas ingleses e brasileiros fantoches e lacaios assinasse a Lei Áurea
dando aos escravos a tão sonhada Libertação, pelo menos no papel, pois isso
já vinha se arrastando por todos aqueles anos daquele século, por diversas
Leis havia sido promulgada no intuito da libertação gradual dos negros: Lei
do Ventre Livre, em que filhos de escravos já não podiam ser mais cativos,
Lei Sexagenária, em que os mais de sessenta anos já conquistavam a
alforria e finalmente a Abolição de 1888, o que não nos soa bem explicado
como a Abolição da Escravatura. A História oficial nos omite, mas só Deus
sabe o processo dessa política que só visava contingente para o Mercado
Consumidor da época.


Foi sob esse Regime, e essa mudança urbana, que Pedro II fêz vir sob
os trilhos do ramal Mantiquira, os cargueiros com os primeiros canos de
água que sugaria ás águas da adutora de Mantiquira. E nesse rastro a
população cresceu ao longo dessa via férrea e tantas outras e que viria
formar a história da população, urbanização e crescimento de nossos
bairros, inclusive o nosso Bairro Amapá.
Nos anos sessenta e metade da década de 80, duas grandes enchentes
inundaram o Bairro. Fomos traídos pela chuvas e a abundancia de águas do
Iguaçu e de seus diques em volta do grande afluente, e nessa época já
estávamos morando na localidade. Mas isso é assunto para as próximas
edições dessa história e também da fragmentação das fazendas e sítios da
região em pequenos lotes o que deu início aos Loteamentos do bairro.


A Reforma Agrária entre os anos 50 e 60 e que fez repartir as velhas
terras da fazenda Colonial São Bento na Era Colonial logo deu lugar à uma
expansão urbana quase que desordenada e que cresce a cada dia.
A construção do trecho do Arco Rodoviário que passará pela
localidade, com sua logística, a demanda de mão de Obra local e geração de
emprego e possibilidade de renda para a população local póde mudar perfil
do local e uma grande movimento e mudança sociológica já começa a criar
um perfil local trazendo influencias e ventos de mudanças.

Paulo Escriba

Um comentário:

pauloescriba disse...

Valeu.
Mandando comentario via Celular, vivo on.