terça-feira, 30 de novembro de 2010

História do Bairro Amapá- Parte III



Amapá e Adjacências... no Bonde da História



Antigamente, não sabíamos exatamente onde estávamos e onde Amapá estava
inserido. Se Caxias, ou Nova Iguaçu, que era ainda um grande Município antes da
onda fracionada das emancipações do Município que separou Japerí, Queimados,
Mesquita e Belford-Roxo de suas comarcas depois da Constituição de 1988. Sabemoshoje que o bairro faz parte do remoto 4º Distrito de Duque de Caxias, que é Xerém.

Mas os caminhos de Xerém era muito remoto antes do asfaltamento da Estrada Rio doOuro. Mas ainda estávamos divididos entre os dois municípios, pois estamos bem àbeira do Rio Iguaçú, bem na divisa do histórico município que antes era o grande
produtor de laranjas.

Nas cartas e correspondências postais, na época que antes não existia e que
hoje que chamamos de era dos "e-mail's", ainda remetíamos como Amapá-Nova
Iguaçú e por vêzes Duque de Caxias. Estávamos mais perto das terras de Nova Iguaçú
do que Duque de Caxias e a saída mais próxima como é até hoje é para Duque de
Caxias, atravessando Lote XV, que é Distrito de Belford-Roxo, antes distrito tambémde Nova Iguaçú.


Afinal moramos em Duque de Caxias, embora "espremidos" por
terras belforoxense, por estar próximo ao rio Iguaçú em suas divisas. Ao atravessar aponte estaremos no Vale do Ipê, logo passando por Parque Amorim e alcançando LoteXV. Seguindo de condução direto pela lendária Presidente Kennedy, atravessar o Rio-Petrópolis do passado atravessando o Parque Muisa e Fluminense já em terras de Duque de Caxias.


Era muito difícil sair do Amapá e chegar em terras de Xerém devido a
precariedade e o abandono da velha Estrada Rio do Ouro, que ficou por muito anosesquecidas depois da desativação da Estrada de ferro Rio do Ouro e sua separação doAmapá era gritante. Se passava por lugares muitos remotos, como Capivari, Lamarão e levava-se muito tempo para alcançar Mantiqueira. Caminho difícil, de muita poeira,buracos e lamas e perigos também, pois era estrada de desova de cadáveres e trechosde depredação de carros. Dava mêdo mesmo, embora a paisagem seja muito bonitacom a visão que se tem da Mata Atlântica e as serras ao fundo com visão privilegiadado pico do Macuco em Tinguá e o Pico do Congonhas em Xerém.


Na década de 80, vindo para o Amapá no velho ônibus que naquela época era
servida pela Viação Imperador, e o bairro era servido pelas frotas mais velhas e
caindo os pedaços da linha, passava pelo Lote XV, que era a última região comercial e
populosa da região e logo entrava na empoeirada e quase deserta Estrada Manoel de
Sá onde se alcançava Parque Amorim e Vale do Ypê que era um vilarejo cercado deterreno baldios de velha propriedade das fazendas da família Strenbusch, cujo o Loteamento ao longo da década formou nome das ruas de ao que parece de
remanescentes desse clã familiar.

Ainda falando sobre os transportes antigos do Bairro Amapá, além da linha de
ônibus que trafegava de Caxias para a localidade e que era desprezada por todos pelofato das carrocerias das frotas da velha Viação Imperador que servia a essa regiãoestar sempre empoeiradas e suas latarias sujas de barro e lama em tempos de chuva,os horários de Caxias para cá era bastante alternados, o que sacrificava muito para quem queria ir para Caxias e quem queria vir de lá para cá em tempos de construção de habitações no loteamento. Do descampado do loteamento dava para se ver o ônibuslá no horizonte cruzando a linha do trem e atravessando a ponte do Rio Iguaçú, equando ele aparecia era motivo de anuncio no bairro: " O ônibus tá subindo". Ou seja,estava indo para o ponto final onde meia ou quase uma hora depois ele ia para Caxias de volta.

Nesse meio tempo, quem tinha compromisso em Caxias ou ia até ao Lote XV
para comprar alguma coisa como ir ao supermercado, logo com a chegada ao ônibus
ao ponto final, logo se arrumavam penteavam o cabelo, e se ajeitavam as pressas
para "descer" como dizia, e a oportunidade para pegar o ônibus a qualquer hora
praticamente não existia. Tinha que marcar as horas alternadas em que ele chegavano Amapá.


E o pior que ainda naquela época no início dos anos 80, o ultimo carro assim
dizendo vindo de Caxias para cá era até as nove horas da noite. E quem o perdesse
corria o risco de dormir na rua, ou soltar na linha da mesma Viação no Vale do Ipê e ir à pé até ao Amapá altas horas da noite correndo o risco de passar pelo trecho dalinha do trem e a ponte do Amapá que era um vazadouro de gente morta traga pelosassassinos da época que aterrorizava a baixada bem como esta também. Houve até
uma época em que um determinado grupo de extermínio fez um "Listão" de elementos marcados para morrer e se dizia à bocas grandes e pequenas que o cerol ia começar apassar desde a Vieira Souto na Zona Sul até a estrada do Amapá. Era o terror daépoca e os bandidos de plantão morria de mêdo. Houve muitos elementos em fuga noAmapá, vindo de favelas e comunidades da cidade e que se infiltravam no bairro nasnovas casas do loteamento, motivo que essa comunidade do Amapá foi muitodiscriminada no começo daquela década. Mas isso é assunto para outra série em quefalaremos sobre alguns personagens do bairro entre os vivos e mortos também.

Mas a única linha de ônibus com seus horários restritos, o que dificultava a
vida dos moradores local, já que o trem fora desativado vinte anos antes pelo menos era melhor do que em épocas passadas em que a Estrada do Amapá não passava deuma trilha na capoeira da mata que dava aceso para o rio Iguaçú, e quem quisesse iratravessar para o Vale do Ipê para alcançar o Lote XV depois à pé ou de carona nocargueiro, para quem preferia se arriscar tinha que atravessar de canoa para o outrolado onde existia um pequeno porto improvisado à beira do rio em que um barqueirocobrava uma pequena quantidade para as pessoas atravessarem o rio ou seguir diretopara o Lote XV na canoa mesmo.

Quando começou o Loteamento Novo , o que será tema capítulos de séries a
seguir , o Amapá começou a sofrer uma mudança sociológica e criou-se um
antagonismo entre a população nova que começou a habitar o local e o povo mais
antigo.
E sobre isso, iiih!!, temos muito o que contar nos próximos capítulos.

Paulo Escriba

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